COMER CARNE AUMENTA O RISCO DE CÂNCER?

Essa é uma discussão antiga e da qual já temos algumas boas conclusões a respeito. Por exemplo, a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera carnes processadas como bacon, salsicha, linguiça, presunto e alimentos defumados em geral como grau 1 para risco de câncer, ou seja, já há dados suficientes para se fazer essa afirmação. Para se ter uma ideia, risco grau 1 é o mesmo que o cigarro recebe, cujo potencial para diversos tipos de cânceres é indiscutível. Com relação ao consumo de carne vermelha, a OMS coloca como risco “provável”, ou seja, ainda são necessários mais dados para que essa hipótese seja confirmada, porém recomenda-se no mínimo moderação. Para colocar ainda mais lenha na fogueira desse debate, um grande estudo publicado no mês passado na revista BMC medicine mostrou que reduzir o consumo de carne como um todo poderia diminuir o risco de cânceres em geral. Naqueles que consumiam carne cinco vezes ou menos por semana, o risco de desenvolver câncer foi discretamente menor do que naqueles mais carnívoros, que comiam mais de cinco vezes por semana, cerca de 2%. Porém, a proteção contra câncer aumentava quando se substituíam carnes vermelhas e de aves por peixes, com queda de 10% no risco e ainda maior entre os vegetarianos e veganos, 14% menor. Por ser um estudo observacional, novos dados ainda são necessários para se “bater o martelo”. Não estou fazendo aqui nenhuma apologia contra a carne (até porque sou carnívoro e gosto de um bom churrasco!), mas esses dados deveriam nos fazer parar para pensar na nossa alimentação como um todo. Sabemos que as carnes vermelhas e as ultraprocessadas são mais ricas em nitrosaminas e ferro heme, que são substâncias potencialmente cancerígenas se consumidas de forma frequente.  Para finalizar, o que eu costumo recomendar aos meus pacientes é que aumentem o consumo de peixes, fibras e vegetais, reduzam o consumo de carne vermelha para no máximo 3 vezes na semana e eliminem completamente as carnes processadas e embutidos da dieta.

DIABETES TEM CURA?

Diabetes é uma doença que tem um potencial de causar graves complicações à nossa saúde. Por conta disso, o ideal seria uma forma de tratamento que curasse o diabetes, ou seja, eliminasse a doença para sempre. Mas será que existe uma cura para o diabetes ou estamos muito distantes disso? A resposta de forma direta é não. Ainda estamos longe de uma cura para o diabetes por se tratar de uma doença bastante complexa, o que não quer dizer que não houve avanços importantes na área. Vamos distinguir algumas novidades no tratamento para os dois principais tipos de diabetes: o tipo 1 e o tipo 2. No diabetes tipo 1, cuja causa é uma doença autoimune que “destrói” as células pancreáticas produtoras de insulina, a única forma da pessoa deixar de usar esse hormônio seria através do transplante de pâncreas, mesmo assim ainda dependeria do uso de imunossupressores para sempre.  Há muita pesquisa com transplante de células beta (produtoras de insulina), mas esse é um campo de pesquisa ainda em seus estágios iniciais, além de novas bombas de insulina que simulariam um pâncreas artificial que estão a caminho. Já no diabetes tipo 2, cuja doença está mais relacionada a resistência ao efeito da insulina causada pelo excesso de peso e maus hábitos alimentares, podemos falar em remissão em muitos casos. Remissão quer dizer manter o diabetes controlado sem medicamentos, mas diferente de cura, a doença pode voltar se alguns cuidados não forem tomados. Foi o que demonstrou um grande estudo britânico chamado DiRECT, publicado em 2019. Portadores de diabetes há menos de 5 anos e que conseguiram perder no mínimo 10 kg com uma dieta restritiva de 800 kcal, seguida de uma dieta saudável para manutenção do peso, conseguiram uma taxa de remissão de 64% da doença. A conclusão que chegamos é de uma forte relação entre diabetes tipo 2 e excesso de peso e como é importante emagrecer e não engordar novamente. Óbvio que ninguém deve tentar perder esse peso sozinho e abandonar os remédios sem acompanhamento profissional.

Suplementos Naturais de Emagrecimento: Descubra os Perigos Ocultos

Os suplementos naturais de emagrecimento são uma escolha popular para aqueles em busca de uma abordagem alternativa para perder peso.  No entanto, há uma série de preocupações cruciais e riscos associados a esses produtos que muitos consumidores desconhecem. Como os suplementos naturais são regulados em diferentes países? A regulamentação desses suplementos varia consideravelmente ao redor do mundo. Em alguns países, como os Estados Unidos, a Food and Drug Administration (FDA) supervisiona esses produtos.  No entanto, a regulamentação nem sempre é tão estrita quanto a de medicamentos prescritos, o que pode resultar em lacunas na avaliação da segurança e eficácia destes suplementos. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária, ANVISA, está reforçando o monitoramento e regulação desses suplementos para evitar maiores danos. Quais são as falhas na regulamentação que podem expor os consumidores a riscos? As falhas na regulamentação desses suplementos podem expor os consumidores a produtos de qualidade duvidosa.  Muitas vezes, os fabricantes não são obrigados a provar a eficácia ou segurança de seus produtos antes de colocá-los no mercado. Com isso, vendem-se produtos como suplementos naturais para ganhar massa muscular que não cumprem com o que prometem. Essa falta de exigência pode resultar na disponibilidade de suplementos que não atendem aos padrões de qualidade, apresentando riscos para a saúde dos consumidores. Quais são os ingredientes naturais mais frequentemente encontrados em suplementos de emagrecimento? Entre os ingredientes mais comuns encontrados nesses suplementos naturais estão: É importante notar que a eficácia desses ingredientes pode variar de pessoa para pessoa, e alguns estudos científicos contestam suas alegadas capacidades de emagrecimento.  Sempre é crucial buscar orientação profissional ao considerar o uso de qualquer suplemento para perda de peso. Como a publicidade desses suplementos pode criar expectativas irreais sobre perda de peso? A publicidade desses produtos muitas vezes é exagerada, prometendo resultados rápidos e extraordinários.  Isso cria expectativas irreais nos consumidores, levando-os a acreditar que esses suplementos são soluções milagrosas para a perda de peso. Promessas de Resultados Rápidos Muitos anúncios destacam a capacidade dos suplementos de gerar perda de peso rápida e significativa, criando uma expectativa de resultados imediatos e dramáticos. Testemunhos e Histórias de Sucesso A publicidade frequentemente apresenta testemunhos de pessoas que afirmam ter perdido grandes quantidades de peso usando o suplemento, criando uma impressão de que os resultados são comuns e garantidos para todos. Foco na Estética e Corpo Ideal As campanhas publicitárias muitas vezes se concentram na estética, exibindo corpos magros e ideais como resultado do uso do suplemento, criando a expectativa de que o consumo levará a uma transformação similar. Ênfase na Facilidade e Conveniência A publicidade tende a destacar a facilidade de usar os suplementos, muitas vezes retratando-os como uma solução simples e sem esforço para a perda de peso, criando a ilusão de que não é necessário fazer mudanças significativas no estilo de vida. Depoimentos Não Comprovados ou Exagerados Alguns anúncios podem apresentar depoimentos de pessoas que supostamente usaram o produto, mas sem comprovação ou exagerando os resultados, aumentando as expectativas dos consumidores de maneira irrealista. Essas estratégias de marketing podem criar expectativas exageradas sobre os resultados dos suplementos de emagrecimento.  É fundamental manter um olhar crítico sobre as promessas publicitárias e buscar informações confiáveis antes de iniciar o uso de qualquer suplemento. Quais são os riscos de tomar doses excessivas desses suplementos? Tomar doses excessivas desses suplementos pode resultar em problemas graves.  A possibilidade de toxicidade devido a altas concentrações de certos ingredientes é uma preocupação. É fundamental seguir as instruções de dosagem recomendadas pelos fabricantes e, idealmente, buscar aconselhamento médico antes de iniciar qualquer suplementação.  A ingestão excessiva de suplementos pode ter consequências graves para a saúde, e o equilíbrio e a moderação são essenciais para evitar riscos desnecessários. O conhecimento é a melhor forma de prevenção! Os suplementos naturais de emagrecimento podem parecer uma opção tentadora, mas é vital reconhecer os riscos potenciais associados a eles.  Antes de iniciar qualquer suplementação, é altamente recomendável buscar orientação de um profissional de saúde qualificado.  Adotar uma abordagem equilibrada para perda de peso, que inclui dieta saudável e exercícios regulares, muitas vezes é a maneira mais segura e eficaz de alcançar resultados a longo prazo.  Por este motivo, sempre consulte um médico especialista para orientação e cuidados!

TENHO NÓDULO DE TIREÓIDE, DEVO FAZER PUNÇÃO?

O nódulo de tireóide tornou-se um dos principais motivos que levam as pessoas a irem ao endocrinologista. Muitas vezes não se trata somente de um nódulo, pode haver dois, três ou até mais! E aí vem a pergunta: será benigno ou poderá ser um câncer de tireóide? Terei que fazer a punção?  A resposta é: na grande maioria das vezes não será necessário a punção, somente o acompanhamento por ultrassom já será suficiente. Isso porque a grande maioria dos nódulos é benigna e um achado bastante comum, principalmente em mulheres e cuja incidência aumenta com a idade. Mesmo alguns nódulos malignos muito pequenos podem simplesmente permanecer estáveis e nunca evoluir. Porém, em caso de nódulos mais suspeitos, a punção deverá ser realizada. Para isso, utilizamos uma classificação da imagem de ultrassom chamada TI-RADS. Nela, o nódulo pode receber uma pontuação de que vai de 1 a 5. Quanto maior o valor, maior o risco de ser maligno. Levamos em consideração vários aspectos do nódulo para classificá-lo, como tamanho, contornos regulares ou irregulares, mais líquido ou sólido, ecogenicidade (a “cor” do nódulo ao ultrassom, mais claro ou escuro), presença de calcificações e se é mais largo ou mais alto. Assim, classificamos o nódulo e determinamos qual será a conduta: – TI-RADS 1 (benigno): não é necessária punção – TI-RADS 2 (não suspeito): não é necessária punção – TI-RADS 3 (levemente suspeito): acompanhar com ultrassom se ≥ 1,5 cm. Punção se ≥ 2,5 cm – TI-RADS 4 (moderadamente suspeito): acompanhar com ultrassom se ≥ 1,0 cm. Punção se ≥ 1,5 cm – TI-RADS 5 (altamente suspeito): acompanhar com ultrassom se ≥ 0,5 cm. Punção se ≥ 1,0 cm Obviamente essa não é uma classificação perfeita, mas serve como um bom parâmetro. Além disso, outros fatores deverão ser levados em conta como distância do nódulo para a cápsula que limita a tireoide (quanto mais perto, maior o risco de invasão se for maligno), histórico familiar de câncer de tireoide de comportamento agressivo, entre outros

CONTRAVE – NOVO MEDICAMENTO PARA OBESIDADE APROVADO NO BRASIL

No final do ano passado a Anvisa liberou a venda de mais uma medicação para o tratamento da obesidade e sobrepeso no Brasil, o Contrave, que é a combinação fixa de dois medicamentos que já existem por aqui: a Bupropiona e a Naltrexone. A Bupropiona é um medicamento utilizado para cessar o hábito do tabagismo, como antidepressivo e que possui um efeito moderador de apetite discreto. Quando combinado ao Naltrexone, cuja função inicial é a de auxiliar no tratamento do alcoolismo, a potência inibitória da fome e do desejo de comer da Bupropiona aumenta significativamente, tornando-se assim uma ótima medicação para o controle do peso. Mais especificamente, elas agem em duas regiões do cérebro: no hipotálamo, onde atua diretamente sobre o centro da fome, diminuindo assim o tamanho das porções e frequência de comer e no sistema mesolímbico, área relacionada ao comer emocional, o famoso desejo de consumir certos alimentos, como salgados e doces. De acordo com os estudos, o medicamento promove uma perda média de 7% do peso, algo comparável a medicamentos como a Sibutramina. Talvez muitos de vocês já usaram ou conhecem alguém que recebeu essa combinação de medicamentos de forma manipulada. Como ambas tem sua venda autorizada de forma isolada por aqui, mas em dosagens diferentes das utilizadas para perda de peso e encontradas em drogarias, é relativamente comum vermos fórmulas com esses dois remédios. Entretanto, essas formulações não são exatamente iguais ao medicamento original. O Contrave apresenta liberação estendida e efeito prolongado que não existe nos manipulados, além de ser mais confiável em termos de controle de qualidade. Portanto, esperamos uma melhor eficácia com o produto original. Deverá ser comercializada somente com receituário médico controlado, por se tratar de um fármaco com ação neuropsíquica e que apresenta contraindicações de uso, como em portadores de epilepsia, transtornos psicóticos, usuários de analgésicos opioides, hipertensão mal controlada, entre outros. Para finalizar, nenhum medicamento para perda de peso trará bons resultados de forma isolada. É necessária uma real mudança de estilo de vida e acompanhamento médico e nutricional, sempre!

TIREOIDITE DE HASHIMOTO E INFERTILIDADE FEMININA

Muitas mulheres que desejam engravidar e ter um bebê não conseguem por uma diversidade de fatores e doenças envolvidas, entre elas a tireoidite de Hashimoto. Foi o que um grande estudo de meta-análise publicado esse mês na revista Reproductive Medicine and Biology mostrou. Há muito tempo sabemos que o hipotireoidismo, que é a falta de hormônios da glândula tireóide, é uma causa não só de infertilidade, como também de irregularidade menstrual, abortamento e parto prematuro. Por conta disso, gestantes ou aquelas que desejam engravidar e tem hipotireoidismo devem manter um TSH controlado entre 0,5 e 2,5 UI/ml. Entretanto, o estudo mostrou que não somente a falta de hormônios como a própria presença de anticorpos contra a tireóide, mesmo naquelas pacientes que ainda tem níveis normais de hormônios, pode ser causa tanto de infertilidade como de menopausa precoce! Para quem não sabe, o principal causador de hipotireoidismo é a doença autoimune tireoidite de Hashimoto, na qual anticorpos contra a tireóide são produzidos pelo sistema imunológico do paciente e atacam a glândula. Em um primeiro momento, a tireóide permanece funcionando normalmente. Com o passar do tempo, o dano contra a glândula tireóide pode se tornar grande a ponto dela não conseguir mais produzir seus hormônios, e a pessoa desenvolve o hipotireoidismo. E esses anticorpos, pelo que esse estudo mostrou, não se limitam apenas a atacar a tireóide, eles também diminuem a reserva de óvulos, que é medida através da dosagem do hormônio anti-mulleriano. Ainda não sabemos exatamente de que forma isso ocorre. O que sabemos é que a portadora de tireoidite de Hashimoto apresenta um pico de hormônio anti-mulleriano na adolescência e que depois cai de uma forma acelerada, o que sugere que a doença pode levar a um esgotamento prematuro das reservas ovarianas. Saber quem são as mulheres portadoras de tireoidite de Hashimoto, portanto, é fundamental para que possamos acompanhá-las e, eventualmente, tratá-las o quanto antes, seja através da reposição de levotiroxina naquelas que já apresentam alguma deficiência de hormônios, não atrasar muito o momento da gravidez ou mesmo congelar óvulos antes que as reservas se esgotem.

Benefícios do Whey Protein

O Whey Protein é um suplemento alimentar rico em proteínas, derivado do soro do leite, geralmente obtido no processo de fabricação de queijos (lembra daquele soro que vem no saquinho de queijos frescos? É dali que vem o Whey)Bastante conhecido entre praticantes de atividades físicas que buscam hipertrofia muscular, o Whey Protein vem ganhando outros adeptos, como idosos e portadores de doenças como diabetes e obesidade E quais seriam suas vantagens? Fornece uma mistura (blend) de aminoácidos bastante diversificada, incluindo altas concentrações de leucina, fundamental para construção muscular e que muitas vezes não é obtido somente por meio de dieta Apresenta resultados superiores a outras formulações proteicas existentes, como a caseína e aminoácidos de cadeias ramificadas (BCAAs) usados isoladamente, exatamente por ser mais completo Seu uso regular está associado a melhora na secreção de insulina e diminuição de fatores de inflamação que dificultam a ação desse hormônio em portadores de diabetes Promove saciedade característica de fontes de proteína e com uma baixa concentração de carboidratos e gorduras, o que é bastante interessante de ser utilizado em pessoas que desejam emagrecer Idosos tem maior risco de desnutrição proteica por conta da maior dificuldade de digestão e mastigação de carnes. O Whey Protein é uma boa alternativa de fonte proteica para esse público Auxilia no processo de recuperação muscular em atletas de provas de longa duração como nos triatletas e maratonistas, bem como em indivíduos que perderam muita massa magra, como pacientes acamados por sequelas de doenças graves. Entretanto, apesar dos diversos benefícios, o Whey Protein não pode ser utilizado de forma indiscriminada e sem o devido acompanhamento médico e nutricional. É necessário que a pessoa já siga uma dieta balanceada, um programa estruturado de treinos de musculação, verifique a função dos rins e do fígado, alergias a proteínas do leite de vaca, entre outros

Medicamentos para diabetes tipo 2 não são todos iguais

Há pouco mais de 10 anos, tratar diabetes significava apenas buscar de qualquer forma atingir as metas de glicemia e hemoglobina glicada que, automaticamente, estaríamos livres das complicações do diabetes. Nada mais equivocado, por incrível que pareça. Estudos da época mostraram que, a partir de um certo ponto de controle glicêmico, as taxas de complicações e mortalidade não diminuíam mais. Pelo contrário, se fosse muito rigoroso poderíamos até colocar o paciente em risco. O culpado eram as hipoglicemias que aconteciam com as drogas mais antigas, como as sulfoniluréias (ex: glibenclamida, glimepirida). Por conta disso, iniciou-se a busca por medicações mais seguras. Surgiram, primeiramente, os Inibidores da DPP-4, como a Sitagliptina (Januvia), Vildagliptina (Galvus), Linagliptina (Trayenta), Saxagliptina (Onglyza) e Alogliptina (Nesina). Com mínimos efeitos colaterais, essas medicações fizeram sucesso, mas ainda não eram potentes o bastante em muitos casos e não conseguiram reverter as enormes taxas de complicações e mortes em decorrência do diabetes. Então vieram duas classes de medicamentos que, aí sim, podemos considerar divisores de águas no tratamento do diabetes: os Inibidores da SGLT-2 e os Análogos do GLP-1. A primeira atua de forma inovadora, auxiliando os rins a eliminarem glicose pela urina. Além de uma boa potência, mostrou significativa redução no risco de evolução para insuficiência renal e cardíaca. Destacamos nesse grupo a Dapagliflozina (Forxiga), Empagliflozina (Jardiance) e a Canagliflozina (Invokana). Já os Análogos do GLP-1 são os “queridinhos” do momento, não apenas por serem eficazes no controle glicêmico e por reduzir o risco cardiovascular e renal, mas também por auxiliarem na perda de peso. Por aqui temos a Liraglutida (Victoza e Saxenda), Dulaglutida (Trayenta) e Semaglutida (Ozempic). Infelizmente o maior empecilho para o maior uso desses últimos é o custo elevado. Esperamos que com o tempo se tornem mais acessíveis a todos os portadores de diabetes.

Exercícios físicos em jejum: prós e contras

Realizar atividades físicas em jejum vem ganhando cada vez mais adeptos. Seus defensores argumentam que essa é uma forma de turbinar a queima de gordura naqueles que desejam perder peso. A base fisiológica para isso é que durante o jejum os estoques de açúcar acumulados no fígado e músculo, chamado de glicogênio, estão muito baixos. Desta forma, assim que o indivíduo começa a se exercitar o organismo já passa a consumir diretamente as reservas de gordura. De fato, um estudo de revisão sistemática publicado no British Journal of Nutrition em 2016 mostrou que durante o treino em jejum houve um maior consumo (oxidação) de gorduras, porém isso não se traduziu em maior perda de peso, que foi semelhante aos que se alimentaram antes do treino. Para que haja a quebra de gordura em jejum, dois hormônios entram em ação, o glucagon e o cortisol. Esse último não somente estimula o consumo de gordura, mas também de proteínas como fonte de energia. Resultado: treinar em jejum pode levar a perda de massa muscular. Além disso, nem todas as pessoas irão tolerar treinar em jejum, muitos poderão sentir fraqueza, tontura, sintomas de hipoglicemia e pode haver piora da imunidade com infecções de repetição. Quem não está acostumado a treinar em jejum deve ir com calma. Em resumo, esse ainda é um tema em aberto que necessita de mais estudos para uma melhor conclusão. É possível que para aqueles que desejam perder peso haja algum benefício, mas certamente para aqueles que querem melhorar a performance e ganhar massa muscular, treinar em jejum não é uma boa estratégia.

Saiba mais sobre o pré-diabetes

Pré-diabetes, como o próprio nome sugere, é um estágio clínico que antecede o diabetes, em que os valores glicêmicos estão elevados mas ainda não atingiram os níveis de diabetes. Para ser classificado como pré-diabetes é necessário ao menos um dos critérios a seguir: ???????? Glicemia de jejum entre 100 e 125 mg/dl ???????? Glicemia após teste de sobrecarga oral com 75g de glicose entre 140 e 199 mg/dl ???????? Hemoglobina glicada entre 5,7% e 6,4%Portadores de pré-diabetes estão sob maior risco de se tornarem diabéticos. Cerca de 25% deles irão evoluir para o diabetes em até 5 anos Alguns indivíduos, entretanto, podem ter um risco ainda maior de desenvolver diabetes, como aqueles com sobrepeso ou obesidade, mulheres com síndrome dos ovários policísticos, portadores de hemoglobina glicada maior ou igual a 6,0% e aqueles que possuem tanto a glicemia de jejum alterada quanto intolerância à glicose após sobrecarga oral de glicose. Importante destacar que já no pré-diabetes podem começar a surgir as primeiras complicações do diabetes, principalmente em pequenos vasos como os das retinas, terminações nervosas e rins. O pré-diabetes é uma situação potencialmente reversível e muitos pacientes irão conseguir superar ou ao menos estabilizar esta condição através de mudanças de estilo de vida, reduzindo açúcares, álcool e outros carboidratos simples, realizando atividades físicas regulares e subsequente diminuição de gordura abdominal, melhorando qualidade de sono, entre outros. Já naquele grupo de pré-diabéticos de maior risco que citamos acima, o uso de medicamentos como a metformina, a pioglitazona, a liraglutida, entre outros, deve ser considerado. Pré-diabetes deve ser levado tão a sério quanto o próprio diabetes, é onde as chances de virar o jogo para melhor são maiores. Consulte um especialista.