Liraglutida: uma nova opção em tratamento para obesidade

Prevista para ser lançada até o final do mês de agosto/2020,02 Liraglutida, cujo nome comercial será Saxenda®, vem com a promessa de ser um importante aliado no combate à obesidade, principalmente depois da proibição por parte da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) do uso de uma série de medicamentos para tratamento da obesidade e pela demora na regulamentação e liberação de novos fármacos já utilizados em outros países. Polêmicas à parte se estas foram às melhores decisões, isto acabou por limitar em muito as possibilidades terapêuticas no Brasil. Na realidade a Liraglutida não é nenhuma novidade por aqui. Ela atualmente é vendida com o nome comercial de Victoza® e foi lançada inicialmente para o tratamento de Diabetes Tipo II há cerca de 4 anos. Entretanto, estudos posteriores demostraram que a medicação também é eficaz no auxílio à perda de peso, inclusive em não-diabéticos. Liraglutide é um análogo de um hormônio intestinal chamado GLP-1, cujos efeitos sobre o controle de peso são: ação direta sobre área do cérebro chamada de hipotálamo, que regula a fome e a termogênese, além de promover retardo no esvaziamento do estômago e intestino, levando a uma sensação de saciedade mais prolongada. E qual a diferença entre a Liraglutida do Saxenda® para do Victoza®? Nenhuma, exceto a dosagem apresentada. Ambas são administradas por via subcutânea através de uma caneta e agulha uma vez ao dia. A diferença é que, enquanto a caneta do Victoza® tem três ajustes de doses para aplicações (0,6, 1,2 e 1,8 mg), a do Saxenda terá ajuste para mais duas maiores (2,4 e 3,0 mg). Isto porque, foi demonstrado melhores resultados quanto a perda de peso em doses superiores as utilizadas por diabéticos. É possível, entretanto, aplicar duas vezes o Victoza® para administrar miligramagem adicional (1,8 + 1,2 mg), porém há o inconveniente da aplicação de duas injeções. Quando o Saxenda® for lançado, será possível aplicar esta dose em uma única injeção. Quanto esperar de perda de peso com o uso da Liraglutida? De acordo com estudos populacionais conduzidas pelo laboratório responsável, ao longo de 56 semanas (aproximadamente 1 ano), a perda de peso média no grupo que utilizou Liraglutida em dose máxima foi de cerca de 9% do peso inicial, em comparação ao grupo placebo, que perdeu cerca de 3%, o que foi estatisticamente significativo. Importante ressaltar que, em ambos os grupos, foi proposto um programa nutricional e de atividades físicas. Por exemplo, para um paciente com cerca de 90 kg ao início do tratamento, é esperado uma perda de peso média de 8,1 kg em um ano. Este é um valor médio e, devemos considerar que muitos pacientes já tentaram perder peso de diversas formas, porém sem sucesso, e outros provavelmente perderão ainda mais do que a média. Conforme os estudos demonstraram, 1 em cada 3 pacientes perdeu mais de 10% do peso neste período (mais do que a média, portanto), 3 em cada 5 pacientes eliminou mais de 5% do peso e cerca de 90% dos pacientes obtiveram alguma diminuição de peso. Após um ano de tratamento, os pacientes continuaram a perder peso, em média mais 6,2% do peso inicial, além daquele peso que já haviam emagrecido no primeiro ano de tratamento, o que representa uma redução média de peso de 15% ao longo de todo este período. Sem dúvida, um resultado a ser considerado. Quais os principais efeitos colaterais da Liraglutida? O principal efeito colateral da Liraglutida são náuseas ou enjoos, em média 1 em cada 4 pacientes terá este efeito adverso que, geralmente é minimizado pelo uso de medicações para náuseas e através do aumento gradual da dose (não se recomenda iniciar o uso com dose máxima logo de início). Outros efeitos colaterais comuns são diarreia, obstipação intestinal (“prisão de ventre”), dor de cabeça, estufamento e dor abdominal leve, que predominam no início do tratamento e tendem a desaparecer após algumas semanas ou meses de uso. O efeito colateral mais temido é a pancreatite, que é uma inflamação grave no Pâncreas, com risco de infecção, hemorragia e necrose do órgão, podendo levar a óbito se não diagnosticada e tratada rapidamente. Entretanto, este efeito colateral é muito raro. Orientamos os pacientes que usam esta medicação a procurar um médico caso apresente quadro de dor intensa na parte superior do abdômen e vômitos. Um inconveniente com relação ao uso da Liraglutida é o fato da medicação ser injetável, o que gera um certo receio de dor entre os pacientes. Porém, com o uso de agulhas ultrafinas de comprimento entre 4 a 6 mm, o desconforto da picada é mínimo e bem tolerado. Liraglutida pode ser dado a pacientes hipertensos ou que usam medicações psiquiátricas controladas? Em princípio, não há restrições ao seu uso nestes grupos de pacientes. Inclusive, esta é uma vantagem da medicação, pois algumas das medicações utilizadas para o tratamento da obesidade tem ação sobre neurotransmissores no Sistema Nervoso Central e podem levar a piora de certas doenças psiquiátricas, além de poderem promover aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial. Será, sem dúvida, uma opção interessante para estes grupo de pacientes que apresentam restrições ao uso das medicações mais comuns para obesidade. Liraglutida parece bastante promissora, mas não será para todos… Talvez o fator mais importante que irá limitar o uso da Liraglutida deverá ser o preço. Não há valor definido ainda pelo laboratório, mas tomando por base o preço do Victoza®, cujo preço atual é de aproximadamente R$ 400,00 por mês em sua dose máxima de 1,8 mg ao dia, é esperado que o custo na dose de 3,0 mg ao dia, considerada ideal para o tratamento de obesidade, ficará ainda mais elevado. Certamente neste início, somente uma minoria dos pacientes com excesso de peso poderá ter acesso ao produto. Para finalizar, nunca é demais ressaltar que qualquer abordagem para excesso de peso deverá priorizar, antes de mais nada, um programa de mudança de estilo de vida que aborde reeducação alimentar e prática de atividades físicas. Não existe milagre! A medicação será complementar a

Obesidade infantil e suas causas

Nas últimas décadas, a obesidade infantil aumentou de maneira explosiva no Brasil e em diversos países do mundo, tornando-se atualmente um dos maiores problemas de saúde nesta faixa etária. Em nosso país, por exemplo, o excesso de peso já há algum tempo superou em número os casos de baixo peso e desnutrição protéico-calórica na infância. Como medida para conter esta epidemia, o congresso nacional quer propor votação para proibir a venda de refrigerantes nas cantinas das escolas. Por conta própria, alguns fabricantes deixaram de fornecer estas bebidas às escolas. Talvez estas medidas surtam algum efeito, mas será que isoladamente elas mudarão este cenário? O papel da família na obesidade infantil De nada adiantará tais medidas se no lar destas crianças o consumo não só de refrigerantes como de outras guloseimas é livre. Pior do que isto, o problema da obesidade infantil é mais profundo do que uma simples escolha do que colocar na geladeira ou dispensa de casa, ele começa muito antes, na vida intra-uterina. Sabe-se que mulheres que engravidam acima do peso ou que ganham peso de maneira exagerada na gestação estão mais predispostas a dar à luz bebês com excesso de peso e isto aumenta o risco destes recém-nascidos tornarem-se portadores de sobrepeso e obesidade no futuro. Um estudo norte-americano (Gillman et al., 2003) mostrou que 1 kg a mais de excesso de peso ao nascer aumentou o risco de sobrepeso na adolescência em 40%. O baixo peso ao nascer também se correlacionou com aumento de chances de excesso de peso no futuro, por conta de adaptações metabólicas envolvidas desde a vida intra-uterina, em que muito precocemente o organismo do indivíduo é preparado para “economizar” energia. Outro fator envolvido diz respeito ao desmame precoce do aleitamento materno e substituição por fórmulas impróprias para idade. O aleitamento materno exclusivo até o 6º mês de vida é considerado um fator protetor na prevenção de obesidade infantil. No Brasil, o período médio de aleitamento materno exclusivo é de 1,8 meses, muito abaixo do preconizado. Ainda dentro do primeiro ano de vida, percebemos que as famílias, de uma maneira geral, oferecem cada vez mais cedo às crianças guloseimas como biscoitos, refrigerantes, salgadinhos, doces, etc. Um estudo nacional (Caetano et al., 2010), mostrou dados espantosos. Cerca de 38,5% das crianças abaixo dos 6 meses de vida já consomem biscoitos e 12,3% macarrão instantâneo. Entre 6 meses e 1 ano de vida, 26,1% consomem doces regularmente, 9% refrigerantes e 20,7% sucos artificiais. E isto terá muito a ver com as preferências alimentares que as crianças irão desenvolver ao longo da vida. Os pais e outros familiares que cuidam destas crianças alegam falta de tempo para fazer uma feira semanal de frutas, verduras e legumes. Muitos, na verdade, não admitem que não gostam de consumir estes alimentos e acabam por transmitir estes maus hábitos alimentares aos seus filhos. Estes, por sua vez, acabam por acostumar o paladar somente a guloseimas e muito cedo passam a rejeitar alimentos mais saudáveis, tornando muito difícil a missão de mudar certos hábitos alimentares negativos na medida em que o tempo passa. Coincide em grande parte com estes maus hábitos dietéticos na família, a presença de pais obesos. Desta forma, soma-se o fator genético ao condicionamento alimentar ruim destas crianças. Estima-se que a chance de uma criança se tornar obesa é de cerca de 80% quando ambos os pais são obesos, 50% quando apenas um deles é obeso e de 9% quando nenhum deles está acima do peso. Dicas de como combater a obesidade infantil – Antes de engravidar, toda a candidata a gestante que está acima do peso deveria buscar auxílio profissional para eliminar este excesso de peso. Não podemos esquecer que gestantes obesas apresentam maior risco de desenvolver diabetes gestacional, doença hipertensiva específica da gestação, eclâmpsia, abortamentos, etc. – Durante a gravidez, cuidado para não ganhar muito peso. Mulheres que apresentavam peso normal (IMC entre 18 e 25 kg/m²) antes de engravidar, devem ganhar entre 11 kg e 15 kg ao longo da gestação. E este valor é ainda menor para aquelas que já estavam acima do peso antes da concepção. – Respeitar o período de aleitamento materno exclusivo nos primeiros 6 meses de vida. Caso isto não seja possível, procurar ajuda de um pediatra para realizar a substituição por fórmulas alimentares apropriadas. – Evitar a todo o custo oferecer guloseimas antes dos primeiros 18 meses de vida, pois é nesta fase em que a criança começará a desenvolver suas preferências alimentares. Reforce nesta fase o consumo de frutas, verduras, legumes, carnes magras, bons carboidratos e sucos naturais. Desta maneira, a chance de manter estes hábitos alimentares saudáveis ao longo da vida é maior. – Insista no consumo destes alimentos, mesmo que haja uma certa resistência inicial. Sabemos que há um componente genético em algumas crianças que rejeitam alimentos de sabor amargo e azedo, mesmo assim a introdução destes alimentos é possível. Ofereça sempre estes alimentos, coloque no prato das crianças (mesmo que disfarçado no meio de outros alimentos de preferência, no início), nunca deixe faltar comida saudável em casa. Estudos mostram que podem ser necessárias de 8 a 15 exposições a um mesmo alimento até que o mesmo seja aceito. – Dê o exemplo: adiantará muito pouco insistir que seu filho coma alimentos saudáveis se você mesmo se alimenta mal. Crianças aprendem muito mais com o exemplo do que com discursos e broncas. – Ensine seu filho, neto, sobrinho, etc, a matar a sede com água e não com sucos e refrigerantes. – Mantenha uma rotina de atividades físicas desde cedo para as crianças. Assim que começarem a andar, leve para lugares onde há bastante espaço para brincar e evite deixar confinados em berços e “chiqueirinhos” por longos períodos. Incentive eles a fazer brincadeiras que exijam movimento (isto, inclusive, é muito bom para o sono das crianças, que passarão a dormir mais cedo devido o cansaço). Na medida em que a criança cresce, estimule o mesmo a ter um esporte como hobby. E, importante, limite o

Cirurgia Bariátrica: perguntas e respostas

O que é cirurgia bariátrica? A cirurgia bariátrica é uma modalidade de tratamento para obesidade que consiste em modificar cirurgicamente a anatomia do aparelho digestivo para favorecer um menor aporte calórico e assim, induzir a perda de peso. Não existe apenas um único tipo de cirurgia bariátrica. Existem várias modalidades cirúrgicas e elas podem ser divididas do ponto de vista funcional em: predominantemente restritivas, em que a perda de peso é atribuída principalmente a uma redução no volume do estômago, predominantemente disabsortivas, em que o principal efeito está relacionado a uma diminuição na capacidade de absorção de calorias e nutrientes pelo intestino. Além disto elas induzem a modificações em hormônios que regulam o apetite e o controle glicêmico, em maior ou menor grau, como veremos mais adiante. De todos os tipos de tratamento para obesidade, sem dúvida alguma, a cirurgia bariátrica é a que induz maior perda de peso dentro de um determinado intervalo de tempo e a uma resolução ou diminuição mais efetiva das complicações relacionadas a obesidade, como diabetes, hipertensão arterial, doenças osteodegenerativas, apnéia do sono, etc. Entretanto, por ser um método invasivo e passível de complicações, ela é reservada para o tratamento de casos mais graves de obesidade, onde o benefício da cirurgia supera em muito os riscos relacionados ao procedimento. Para quem está indicada a cirurgia bariátrica? A cirurgia está indicada para pacientes portadores de obesidade grau III, que são aqueles cujo o índice de massa corpórea (IMC) é ≥ 40 kg/m² e para casos de obesidade grau II (IMC entre 35 e 39,9 kg/m²), acompanhada por complicações graves relacionadas a obesidade, como diabetes, hipertensão arterial, apnéia obstrutiva do sono, cardiomiopatias relacionadas ao excesso de peso, doenças osteodegenerativas graves que dificultam a locomoção e qualidade de vida do paciente, como osteoartrites em joelhos, quadris, coluna e outras articulações, hérnia de disco, etc. Para calcular o IMC, utilize a seguinte fórmula: Peso/Altura², ou você pode clicar neste link e acessar a calculadora de IMC da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). A faixa etária indicada para cirurgia bariátrica, no momento, vai dos 18 aos 65 anos de idade. É contraindicada para pacientes de alto risco cirúrgico, como portadores de insuficiência cardíaca e doença coronariana graves, insuficiência hepática (cirrose hepática de grau avançado) e renal (por exemplo, pacientes em diálise), dependentes de álcool, drogas e outras substâncias psicoativas e portadores de distúrbios psiquiátricos graves. Entretanto, tais critérios de indicação e contraindicação estão constantemente em discussão e é provável que passarão por reformulações em breve, admitindo-se mais pacientes, como os de idade acima de 65 anos e adolescentes entre 16 e 18 anos e portadores de diabetes tipo II com IMC entre 30 e 35 kg/m² que não conseguem atingir um controle glicêmico adequado, apesar de diversas intervenções do endocrinologista. Quais os tipos de cirurgia bariátrica, como ela induz perda de peso e qual especialista deve operar? A cirurgia deverá ser realizada por cirurgião do aparelho digestivo habilitado e somente após indicação do médico endocrinologista. Enfatizaremos aqui as duas modalidades cirúrgicas mais realizadas em nosso meio por apresentarem a melhor relação risco x benefício, a Gastrectomia Vertical ou Sleeve Gástrico (chamarei aqui pelo nome mais curto e comum – sleeve) e o Bypass Gastrojejunal em Y de Roux (ou apenas bypass). Ambas as técnicas devem ser realizadas preferencialmente por via laparoscópica ao invés das antigas técnicas por via aberta da cavidade abdominal. Todas as cirurgias são feitas sob anestesia geral. Não entrarei em detalhes a respeito do Duodenal Switch, Derivação Bílio-Pancreática e Banda Gástrica Ajustável, por serem técnicas menos utilizadas e mais passíveis de complicações (poderei abordar em um outro artigo, se assim desejarem) e para não deixar o assunto muito pesado. Futuramente em outro post comentarei sobre o Balão Intragástrico. Gastrectomia Vertical ou Sleeve Gástrico O sleeve consiste na redução do volume gástrico através de uma linha de corte longitudinal ao longo do estômago, onde é excluída a área junto a grande curvatura gástrica. Utiliza-se uma sonda calibradora (vela) introduzida dentro do estômago que servirá como ponto de referência para se realizar o corte e a sutura ou grampeamento do estômago remanescente. Quanto mais estreita a sonda, menor será o volume gástrico final. Comparado a outras técnicas, tem a vantagem de ser uma técnica mais simples e com tempo cirúrgico mais curto. Pode ser utilizada tanto como procedimento único para perda de peso quanto pode auxiliar em um emagrecimento inicial em pacientes com obesidade muito acentuada, preparando o mesmo para uma técnica cirúrgica definitiva a ser feita em um segundo tempo, como o bypass e outros procedimentos mais complexos. A perda de peso, bem como a remissão de doenças como o diabetes tipo II e hipertensão arterial, são menores do que no bypass e existe um risco em potencial de piora dos quadros de refluxo gastroesofágico em quem já apresenta esta situação clínica, em comparação as outras técnicas. Por outro lado, o risco de carências nutricionais e necessidades de suplementação pós-operatória é menor (exceto em relação à Vitamina B12). Bypass Gastrojejunal em Y de Roux O bypass (figura 2) é uma técnica mais complexa e consiste em reduzir o estômago a uma pequena câmara entre 25 e 50 ml de volume e desviar o trânsito alimentar diretamente para a parte do intestino delgado conhecida por jejuno, excluindo cerca de 50 cm de passagem do alimento pela parte inicial do intestino delgado, conhecida por duodeno. As enzimas digestórias que são produzidas pelo pâncreas e os sais biliares que são liberados dentro do duodeno que, a partir de então não receberá mais o bolo alimentar, são levados para o jejuno através de outra junção (anastomose), cerca de um metro após o alimento ter deixado o estômago. Pode-se colocar um anel ao redor do estômago reduzido, para se aumentar a eficácia da técnica, mas esta medida vem cada vez sendo menos utilizada pelo risco de complicações. Eu sei que é difícil entender estes termos técnicos acima, mas o que interessa de fato é entender que esta técnica tanto reduz o volume do estômago (restritiva) quanto diminui

Gordura no fígado: não a subestime!

A gordura no fígado é o termo popular para a situação clínica conhecida por esteatose hepática (mais especificamente abordaremos a doença hepática gordurosa não alcoólica). Este é um outro assunto que se tornou muito debatido nos últimos anos, tanto pela área de hepatologia (especialidade que estuda desordens do fígado) quanto pela endocrinologia. Isto porque pessoas com excesso de peso, principalmente aquelas que acumulam mais gordura abdominal (ou visceral), apresentam um risco elevado de acumular gordura nas células do fígado. Com a epidemia de obesidade vista nas últimas décadas, houve um aumento concomitante nos casos de esteatose hepática. Mas não apenas a obesidade se relaciona a esta condição clínica. O diabetes, o aumento nos níveis de colesterol, infecção pelo vírus HIV, uso de medicamentos como corticóides, anticoncepcionais que contenham estrógeno, pós-cirurgia bariátrica, desnutrição e qualquer situação de emagrecimento rápido também promovem o acúmulo de gordura no fígado (nestes últimos casos, há uma grande quantidade de gordura liberada pelas células adiposas que, obrigatoriamente deverá passar pelo fígado para ser convertida em fonte de energia utilizável pelas células do organismo, daí o seu acúmulo nestas situações). Talvez você mesmo ou alguém próximo já experimentou a situação de se deparar com um achado ocasional de gordura no fígado ao fazer um exame de imagem como ultrassom ou tomografia computadorizada de abdômen. E, a depender do médico que avaliou este exame, pode ser que este diagnóstico passe batido, seja por ser algo extremamente comum nos dias de hoje ou simplesmente por desconhecimento do profissional de saúde do que isto realmente significa, o que nos leva a seguinte constatação: A gordura no fígado é algo potencialmente grave e não estamos lidando com esta doença da forma correta Uma doença? Eu não pensei que fosse algo tão sério assim! É o que sempre escuto no consultório quase todos os dias, um semblante de surpresa quando alerto sobre os riscos que a gordura no fígado pode trazer. E qual o risco? Estudos mostram que cerca de 76% dos obesos e 50% dos diabéticos apresentam doença hepática gordurosa não alcoólica, detectados por exame de imagem, mas o percentual é ainda maior se a avaliação for feita por biópsia do fígado. Dos que possuem gordura no fígado, de 18,5% a 37% apresentarão esteato-hepatite. A esteato-hepatite é o passo seguinte após o acúmulo de gordura no fígado. Significa um estado de inflamação crônica do fígado, que leva a disfunção e destruição das células deste órgão. O tecido adiposo produz substâncias inflamatórias tóxicas para o fígado e, além disso, o próprio acúmulo de gordura dentro das células do fígado leva a formação de espécies reativas de oxigênio (uma espécie de radical livre), que lesiona e destrói estas células. Durante este processo inflamatório, notamos aumento no sangue de marcadores de lesão no fígado, como AST (TGO), ALT (TGP), GGT, ferritina, diminuição dos níveis de albumina, de fatores de coagulação, etc. Em alguns casos está indicada a biópsia do fígado para termos uma noção mais precisa do grau de lesão do fígado e melhorarmos o tratamento. Na biópsia, o tipo de lesão provocada pela gordura no fígado é bastante semelhante a ocasionada pelo álcool. Após um determinado período de esteato-hepatite, cerca de 5,8% dos indivíduos que possuem gordura no fígado irão evoluir para cirrose e insuficiência hepática, que é o estágio final deste processo de lesão no órgão, em que uma grande parte do tecido sadio do mesmo é substituído por um tecido cicatricial que não tem a mesma função das células do fígado. Nos casos de cirrose mais grave, o indivíduo passa a apresentar as manifestações clínicas típicas da insuficiência hepática, tais como: icterícia (amarelamento da pele, olhos e mucosas), hemorragias intestinais, edema (inchaço pelo corpo), ascite (acúmulo de líquido em grande quantidade no abdômen), alteração no nível de consciência e coma, maior risco de evolução para câncer de fígado e óbito em alguns casos. Neste estágio, somente o transplante de fígado poderá resolver em definitivo este quadro clínico. Nos países ocidentais, hoje o acúmulo de gordura no fígado é a doença mais comum deste órgão e a terceira principal doença indicadora de transplante de fígado, ficando apenas atrás da doença hepática ligada ao alcoolismo e das hepatites virais. Portanto é algo extremamente comum e que pode estar mais próximo de você do que imagina. E o que eu posso fazer para reduzir os níveis de gordura no fígado? Em primeiro lugar, recomenda-se mudança de estilo de vida dos portadores de gordura no fígado. Nos que estão acima do peso, sugere-se perda de pelo menos 10% do peso em um intervalo de 6 meses (evitar perdas rápidas de peso para não piorar o acúmulo de gordura e inflamação, como dito antes); realização de atividades físicas, incluindo atividades de resistência física (musculação, pilates), de 45 a 60 minutos ao dia, 3 vezes por semana; evitar bebidas alcoólicas, frituras, refrigerantes e alimentos ricos em frutose como sucos de uva, manga, laranja, mel, etc (o excesso de frutose está relacionado a elevação dos níveis de triglicérides que se acumularão no fígado) e incentivar o consumo de vegetais, frutas em quantidade moderada, uso de alimentos integrais, carnes magras e gordura mono e poli-insaturada (encontrada no azeite extra-virgem, castanhas, avelãs, etc). Pacientes submetidos a cirurgia bariátrica devem ser acompanhados de perto após o procedimento. Muitos ao começar a perceber que estão atingindo as metas de emagrecimento desaparecem dos consultórios médicos e aí começam os problemas. Importante também relatar ao seu médico o uso de medicações e doenças que possam estar relacionadas com o acúmulo de gordura no fígado, como também já dissemos atrás. Finalmente, em casos selecionados, utilizamos medicações como a metformina, vitamina E, pioglitazona, liraglutide, etc. Entretanto, a indicação de medicamentos sempre deve ser individualizada e feita por médico capacitado em tratar esta doença. Importante ressaltar que antes de tratarmos a esteatose hepática, o médico deverá ter investigado e excluído outras situações clínicas que provocam hepatite (alcoolismo, infecções pelos vírus da hepatite B e C, hepatite auto-imune, uso de medicamentos tóxicos para o fígado, hemocromatose, etc).

Sono ruim, obesidade e diabetes

Não é coincidência a relação vista nos últimos anos entre a piora na qualidade do sono com o aumento no número de casos de pessoas acima do peso e diabéticos. Dados norte-americanos do Center of Disease Control and Prevention (CDC) concluíram que mais de um terço da população dos EUA (cerca de 83,6 milhões de adultos) dormem menos de 7 horas por dia. Ao mesmo tempo, a proporção de indivíduos obesos e diabéticos só vem aumentando, hoje cerca de 35,1% desta população está obesa e mais de 29 milhões de norte-americanos possuem diabetes. Além disto, má qualidade do sono também se relaciona a piora dos controles de pressão arterial, colesterol e de transtornos do humor. Atualmente existe um grande número de estudos publicados demonstrando que a deterioração da qualidade do sono é fator de risco para o aumento na incidência de obesidade e diabetes. Dormir mal induz a uma elevação de hormônios sabidamente relacionados com ganho de peso, resistência à insulina e diabetes, como cortisol, epinefrina, norepinefrina e ghrelina e a diminuição de hormônios que favorecem o gasto energético, como o TSH (que regula a produção dos hormônios tireoidianos T4 e T3) e leptina. Por que o sono de tantas pessoas piorou nos últimos anos? A verdade é que nos dias de hoje não damos o verdadeiro valor que o sono merece. Enfatizamos a importância de se fazer uma dieta adequada e atividades físicas, mas dormir bem é tão importante quanto estes dois primeiros. Mudanças nas jornadas de trabalho, com a inclusão de horas-extras noturnas, reuniões de trabalho e eventos sociais após o expediente, preferência por realizar tarefas profissionais no período noturno ao invés do diurno, etc, levando a uma diminuição no sono noturno, estiveram relacionadas a um aumento no peso aferido pelo índice de massa corpórea (IMC), pior controle nos níveis de colesterol, aumento da medida de circunferência abdominal e de resistência à insulina, fator este relacionado ao desenvolvimento futuro de diabetes, de acordo com estudo realizado pela Universidade de Pittsburgh em 2012. Outro ponto estudado foi a maior exposição à luz artificial no período noturno. Desde o excesso de iluminação domiciliar à noite, passando pelo uso prolongado de aparelhos luminosos como TV, computadores, telefones celulares, tablets, etc, ainda mais se os mesmos estão no mesmo ambiente em que a pessoa dorme, vem sendo estudados por uma equipe de pesquisadores da Universidade do Colorado como um provável fator relacionado a mudanças no ciclo de sono e vigília. Finalmente, outra causa bastante relacionada com piora da qualidade do sono são os chamados Distúrbios Respiratórios do Sono, que apresentam múltiplas causas incluindo a Síndrome da Apnéia/Hipopnéia Obstrutiva do Sono. A maior dificuldade do indivíduo em respirar durante o sono pode levar a queda na saturação de oxigênio no sangue e a um estado crônico de má oxigenação e retenção de gás carbônico. Isto leva a pessoa a apresentar um maior número de microdespertares noturnos, diminuição dos períodos de sono profundo, que acabam por induzir um aumento daqueles hormônios relacionados ao estresse que levam ao ganho de peso e diabetes. Por conta disto, o indivíduo passa a ter maior facilidade em ganhar peso e este sobrepeso pode levar a uma piora deste quadro de dificuldade respiratória durante o sono, devido ao efeito obstrutivo do tecido adiposo adquirido sobre as vias aéreas, que por sua vez piora ainda mais a capacidade respiratória, criando um verdadeiro círculo vicioso. E o que podemos fazer para ter uma noite de sono melhor e ajudar na prevenção destas doenças? Algumas dicas que podemos seguir para ter uma melhor qualidade do sono, são: – Marcar reuniões de trabalho ou outros compromissos profissionais no período noturno somente quando realmente necessário. – Se o seu trabalho envolve o período noturno, considere uma mudança de turno, mesmo que esta troca não seja imediata. – Caso tenha mesmo que levar trabalho para casa ou tenha que estudar até mais tarde para uma prova ou concurso, imponha um horário limite para a conclusão dos mesmos, uma sugestão seria interromper no máximo até às 22 horas. – Outra opção seria respeitar o horário de ir para cama e acordar um pouco mais cedo. É melhor esta hora-extra antes do expediente do que após para nosso sistema endócrino. – Diminua o número de lâmpadas ligadas em casa para somente o necessário. Isto ainda vai lhe ajudar a economizar energia elétrica. – Desligue ou deixe distante de sua cama telefone celular, tablet e computador. Se possível retire a TV do quarto ou pelo menos dificulte o acesso ao controle remoto. – Evite o consumo de alimentos psicoestimulantes no período noturno, como café, chás verdes, refrigerantes a base de cola e guaraná, energéticos, chocolate, queijos, etc, e alimentos de difícil digestão como carnes e molhos gordos, frituras, pratos muito volumosos, etc. – Se alguém percebeu que você ronca muito à noite ou apresenta pausas prolongadas na respiração e sonolência diurna excessiva, procure um médico otorrinolaringologista. Você pode apresentar o chamado Distúrbio Respiratório do Sono, que abrange a Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono, cujo mecanismo foi descrito acima. – E caso realmente a semana que está tendo não permita um sono adequado, tente compensar com um período de sono um pouco mais prolongado ou pequenos cochilos aos fins de semana. Esta não é a medida ideal, mas pode ser útil em momentos de maior privação de sono. Espero que estas dicas e uma maior conscientização da importância de ter um sono adequado ajude você a ter mais saúde! Gostou deste artigo? Cadastre-se aqui e receba mais informações e dicas de saúde em endocrinologia.

Dieta sem glúten: verdades e mitos

Chegou a hora de abordarmos um tema controverso: o glúten. De tempos em tempos surgem novas dietas que prometem levar a uma perda de peso e a um estilo de vida mais saudável. Quem nunca leu a respeito ou mesmo tentou fazer uma “dieta da moda” principalmente para emagrecer? A bola da vez agora é a dieta livre de glúten, promovida em boa parte por alguns nutricionistas funcionais e por matérias e livros como “Barriga de trigo”. Mas afinal de contas o que é o glúten? O glúten é uma proteína encontrada no trigo, na cevada e no centeio, algumas vezes pode ser encontrada também na aveia devido a contaminação por outros grãos que contém esta proteína no processo de colheita e armazenagem. Logo, alimentos preparados com estes ingredientes, como pães, massas, biscoitos, cerveja, etc, irão conter glúten. Tais alimentos devem vir especificados em suas embalagens da presença do glúten em sua composição. Algumas pessoas apresentam uma forma grave de intolerância ao glúten conhecido por Doença Celíaca. Neste caso, o contato do glúten com a parede intestinal, mais especificamente uma fração desta proteína conhecida por gliadina, induz a uma reação de hipersensibilidade do organismo de pessoas geneticamente predispostas, com a formação de anticorpos contra a gliadina. Esta reação acaba por levar a uma destruição da superfície mucosa do intestino responsável pela absorção. Por conta desta grave lesão na mucosa intestinal, surge um quadro de má digestão e má absorção generalizada de nutrientes, que provoca sinais e sintomas como dor abdominal intensa, náuseas, vômitos, distensão abdominal, flatulência, fraqueza muscular, câimbras, dermatite, osteoporose, neuropatias, perda de peso (em alguns casos há ganho de peso por aumento no estímulo a ingesta de outros alimentos que não contém glúten), anemia, retardo do desenvolvimento pôndero-estatural em crianças, entre outros. Estudos recentes mostram que alguns indivíduos apresentam uma forma de intolerância ao glúten não mediada imunologicamente (não-celíacos), mais branda e que provoca sintomas como desconforto abdominal e sensação de estufamento. Em ambos os casos é recomendável restrição absoluta do glúten da dieta, principalmente nos portadores de Doença Celíaca. E entre as pessoas que toleram normalmente o glúten? Existe algum benefício em sua retirada? Não existe evidências científicas sólidas que sustentem a eliminação do glúten da dieta, seja com o intuito de promover perda de peso ou simplesmente como forma de se obter uma dieta mais saudável. Muitos dos estudos que tentam ratificar a restrição de glúten da dieta visando emagrecimento são de caráter experimental, desenvolvido em modelos animais ou em grupos populacionais muito reduzidos. Baseados na premissa de que o glúten exerceria um efeito estimulador de apetite (há um aumento de alguns hormônios estimuladores do apetite nos celíacos, mas acredita-se que este aumento é compensatório ao quadro de má nutrição destes pacientes), estes pequenos estudos tentam provar a relação do glúten com ganho de peso. Na prática, entretanto, os resultados são conflitantes e não dão sustentação a esta conduta. Entretanto, alguns podem afirmar terem visto ou mesmo notado em si que ao eliminarem o glúten da dieta emagreceram. O que aconteceu então? Observamos que ao retirar o glúten, muitas pessoas acabam fazendo substituições alimentares que levam a redução do montante calórico, ao trocar pães, massas e biscoitos por frutas, vegetais, legumes, algumas sementes e carnes magras. Por outro lado, a simples retirada do mesmo da dieta não necessariamente levará a uma redução na ingesta calórica. Alguns alimentos vendidos como livres de glúten podem conter uma quantidade maior de açúcares e gorduras e o resultado não ser o esperado. Além disto, tais alimentos costumam ser mais caros. Para finalizar, do ponto de vista nutricional retirar alimentos que contém glúten em sua composição pode significar redução de alguns nutrientes que normalmente acompanham o trigo, a cevada e o centeio, como vitaminas do complexo B, cálcio, zinco, magnésio e fibras. Em resumo, a menos que um indivíduo possua alguma forma de intolerância ao glúten comprovada, não há benefícios em se retirar o glúten da dieta. Gostou deste artigo? Clique aqui e receba mais informações e dicas de saúde em endocrinologia.

Excesso de peso e medicamentos: boa ou má idéia?

Quem sofre com o excesso de peso sabe que nem sempre é fácil eliminá-lo ! O pilar para uma perda de peso saudável e sustentável, sem dúvida nenhuma, continua a ser através de um programa de reeducação alimentar supervisionado contendo uma dieta de baixa caloria associado a atividades físicas Entretanto, vários estudos demonstram que o tratamento convencional do excesso de peso com dieta e exercícios físicos apresentam um baixo percentual de sucesso terapêutico, além de uma alta incidência de reganho de peso a médio e longo prazo. Por que será que isso acontece? Será que tratar o excesso de peso depende apenas da força de vontade do paciente? Apesar de todos nós sabermos que a mudança de estilo de vida é a chave para um emagrecimento saudável, muitos pacientes não conseguem adotar esta mudança por completo e de maneira definitiva e se frustram com os resultados. Citamos a seguir alguns dos fatores que favorecem o excesso de peso e dificultam e muito o emagrecimento: obesidade de longa data, excesso de peso acentuado, compulsão por determinados alimentos “viciantes” (doces, refrigerantes, frituras, etc.), quadros ansiosos e depressivos que levam a uma ingesta alimentar de alívio ou compensatória, limitações motoras para prática de atividades físicas, influência ambiental negativa (exemplo: familiares, amigos e colegas obesos), falta de tempo para o preparo de refeições mais saudáveis e para exercícios físicos, etc. Isso sem contar outros fatores que atrapalham a perda de peso mesmo naqueles que procuram seguir tudo à risca, como fatores genéticos, sono inadequado, mudanças na flora intestinal, entre outros. E como abordar o excesso de peso nestes casos? O uso de medicamentos anti-obesidade deve sim ser considerado em várias destas situações, já que é uma doença que pode trazer complicações futuras, algumas potencialmente fatais. Porém, nenhuma destas medicações é milagrosa e é preciso que o paciente não perca o foco nas mudanças de estilo de vida, somente assim o excesso de peso será resolvido definitivamente. Remédios isoladamente também não surtem efeito! Além disto, sempre existe o risco de efeitos adversos e pode haver contraindicações a um ou mais fármacos a depender de doenças associadas que a pessoa apresenta. E aí entramos em um outro ponto polêmico. Por que tantas pessoas usam estas medicações, perdem peso e depois engordam novamente e nunca saem do famoso “efeito sanfona”? Mesmo com o uso destes medicamentos, perder peso por si próprio não é algo simples e exige um comprometimento de longo prazo dos pacientes. O processo de emagrecimento passa por duas fases: de indução de perda de peso e de manutenção do novo peso. É comum vermos pacientes abandonarem o uso da medicação logo no início do tratamento, seja pela falsa crença de que medicações devem ser utilizadas pelo menor tempo possível ou mesmo pela perda da motivação inicial, que levam os mesmo a esquecerem de usar as medicações regularmente, faltam nas consultas e não renovam a receita médica, deixam de usar as medicações nos finais de semana e nas férias entre outros. O desmame destas medicações é gradual e deve ser feito preferencialmente ao longo da fase de manutenção. É como se o organismo necessitasse de um certo período para se adaptar ao novo peso e a nova rotina de vida. E mesmo assim, o risco de reganho de peso nunca será totalmente eliminado, é preciso vigilância constante. Portanto, o uso de medicações para o tratamento do excesso de peso pode ser uma boa ideia, mas nunca deve ser feito fora de um contexto de mudança de estilo de vida, de maneira indiscriminada, sem acompanhamento médico e motivado apenas por perdas mínimas e estéticas. Gostou deste artigo? Clique aqui e receba mais informações e dicas de saúde em endocrinologia.