COVID-19 e o risco de trombose

Para você que está com receio de tomar a vacina contra COVID-19 pelo possível risco de formação de coágulos e trombose, observe a figura fornecida pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV) Nela podemos ver que o risco de apresentar este efeito adverso é extremamente baixo, menor do que muitos efeitos colaterais graves visto em medicamentos comumente utilizados, como antibióticos, antinflamatórios, anticoncepcionais orais etc Mais importante: compare com o risco de trombose caso se infecte pelo COVID-19, que é muito maior Para ficar mais ilustrativo, o que você prefere? Viajar de avião ou correr de moto em uma via movimentada e sem capacete? Em medicina não existe risco zero, tudo é relativo, neste caso não deveria haver dúvidas sobre o que escolher. Esperar pela vacina ideal é se manter vulnerável ao COVID-19 #vacinasalvavidas

Sedentarismo aumenta o risco de infecção grave por COVID-19

Quando pensamos em fatores de risco para infecção grave por COVID-19 logo lembramos de idade avançada, obesidade, diabetes e portadores de doenças cardiovasculares.Porém, independente desses fatores, um outro foi apontado em estudo recentemente publicado no British Medical Journal: o sedentarismo. De acordo com esse estudo, pessoas totalmente sedentárias, consideradas como aquelas que faziam menos de 10 minutos de exercícios semanais, tinham uma chance 2,26 vezes maior de serem internadas em UTI e 2,49 vezes maior de morrerem por COVID-19 se comparadas ao grupo de pessoas fisicamente ativas, que são aquelas que faziam no mínimo 2 horas e meia de atividades físicas por semana. E aí nos deparamos com o seguinte dilema, a própria pandemia gerou uma situação de confinamento que limitou a prática de atividades físicas. Academias e parques fechados ou com limite de pessoas, saídas para ir ao trabalho substituídos pelo home office e até o receio de fazer uma simples caminhada ao ar livre e se contaminar contribuíram para que as pessoas se tornassem ainda mais sedentárias. E o que fazer diante dessa situação? A solução é adaptar-se. Quem não tem o privilégio de ter uma academia exclusiva terá que transformar a sala de casa em um espaço fitness. Academias e Personal Trainers também tiveram que se reinventar e oferecem hoje aulas online de exercícios físicos possíveis de serem feitos em casa e sem muitos equipamentos. Programas como “Queima Diária” e “Work It”, por exemplo, vieram para ajudar nesse momento. Para aqueles que tem possibilidades, vale a pena comprar ou mesmo alugar uma esteira, um elíptico, uma bicicleta ergométrica ou outros aparelhos. Por fim, caminhar ou pedalar fora de casa também não é algo fora de cogitação. Deve-se escolher um local calmo, sem aglomerações, procurar manter o distanciamento, utilizar a todo instante máscara e medidas de higiene pessoal. Se você teve uma ideia diferente do que fazer de atividades físicas durante a pandemia deixe aí nos comentários.

Considerações sobre a vacina contra COVID-19

Não há assunto que seja mais debatido hoje do que a vacina contra COVID-19. São muitas dúvidas, inseguranças e equívocos que surgem e que nos deixam confusos. Os estudos até aqui não são os ideais, visto que o seguimento dos vacinados ainda é curto, não temos plena certeza de quanto tempo durará o efeito da vacina e as pesquisas deveriam ter englobado maior número de idosos, doentes crônicos, crianças etc. Porém, estamos diante de uma calamidade e é necessário sermos mais rápidos e práticos. Seremos muito lentos se esperarmos obter todas as respostas, que podem demorar anos para vir, e muito mais vidas serão perdidas. Em todo caso, temos alguns pontos que podemos confiar. Primeiro, todas as vacinas que completaram a fase 3 dos estudos mostraram-se seguras. Essa é a fase final das pesquisas, em que a vacina é testada em um grande grupo de pessoas. Tais estudos são importantes para aumentar as chances de detectar efeitos colaterais mais graves e, no caso da vacina, foram bastante raros, bem menor do que o risco de ter uma grave complicação pelo vírus. Com relação a eficácia, nenhuma vacina foi capaz de imunizar 100% das pessoas, mas todas reduziram quase que completamente as formas mais graves de COVID-19 que podem levar ao óbito, e isso já é uma vitória. As taxas de imunização entre as diferentes vacinas variaram entre 50% a 90%, o que significa que ainda teremos o vírus circulante. Uma pessoa poderá contrair o COVID-19 de forma mais branda e ainda será capaz de transmitir a doença, daí a importância de vacinarmos o maior número de pessoas possíveis. Caso contraia a doença, ao menos será mais leve. Enquanto ainda persistir esse grande contingente de pessoas não vacinadas e vulneráveis, não devemos baixar a guarda e as medidas de proteção deverão ser mantidas. Por fim, não dá para esperar uma vacina ideal. Quanto maior a demora em se vacinar, mais rápida será a replicação do vírus e maiores as chances de surgirem formas resistentes ao esquema atual de tratamento.

Obesidade: uma ameaça ao efeito da vacina contra COVID-19

É provável que o assunto mais falado em saúde em todo o mundo seja sobre a vacina contra a COVID-19. Chegará quando? Será eficaz e segura? Terei que tomar mais de uma dose? Ela é a maior esperança da humanidade para sairmos de uma vez por todas dessa crise que parece nunca terminar. No imaginário coletivo as vacinas sempre irão conferir uma blindagem 100% confiável contra as doenças infectocontagiosas, nunca falharão. Entretanto, isso está longe de corresponder a uma verdade absolutaUma boa parte das vacinas pode não induzir o sistema imunológico a criar anticorpos de maneira adequada em determinadas populações, como em idosos, pacientes com doenças imunodepressoras e em obesos, nosso assunto de hoje. Ainda não há estudos mostrando relação de menor imunidade com qualquer uma das vacinas contra COVID-19 em pessoas que estão acima do peso, tudo ainda é muito recente, mas tomando por base o que acontece com outras vacinas devemos ser cautelosos. É de conhecimento médico que vacinas contra influenza, hepatite A, tétano e raiva apresentam maiores taxas de falhas em obesos em comparação à população geral e isso pode vir a acontecer na vacina contra COVID-19. O mecanismo mais provável para que pessoas com obesidade não desenvolvam essa imunidade é que as células adiposas produzem uma grande quantidade de substâncias inflamatórias que interferem no funcionamento dos linfócitos, células do sistema imunológico responsáveis por regular e produzir os anticorpos. Esses linfócitos passam a ter dificuldade de produzir anticorpos em quantidade e qualidade ideais quando estimulados pelas vacinas. Ainda é cedo para chegarmos a essa conclusão, mas esse pode ser mais um bom motivo para que as pessoas que estão acima do peso busquem se tratar o quanto antes. Além de todos os malefícios já conhecidos da obesidade, temos agora o COVID-19 que os coloca no grupo de risco para infecções mais graves e talvez a vacina não os proteja como era de se esperar.

OBESIDADE: Por que faz parte do grupo de risco para COVID-19?

Sempre incentivo os pacientes a tratarem a obesidade como uma doença séria, mais do que o simples emagrecer pela estética. Quem não sabe que estar acima do peso aumenta as chances de desenvolver diabetes, hipertensão, com subsequente aumento no risco de doenças cardiovasculares, aumento de gordura no fígado e cirrose, doenças ortopédicas, cânceres, entre tantos outros?⠀Não bastasse tudo isso, agora surge o COVID-19, que nos indivíduos com obesidade pode evoluir de maneira mais grave.⠀Dados epidemiológicos recentes dos EUA afirmam que cerca de 25% das mortes por COVID-19 foram em pacientes obesos. Provavelmente é o principal fator de risco para óbito entre os mais jovens. Por que estar muito acima do peso pode ser fatal em uma infecção por COVID-19? ???? O excesso de gordura abdominal, região torácica e pescoço, leva a uma maior resistência a entrada e saída de ar dos pulmões e, quando esse órgão está infectado e inflamado, o doentepode rapidamente evoluir para um quadro de grave insuficiência respiratória. Infelizmente esses pacientes não costumam responder bem a ventilação mecânica⠀???? Apresentam maior risco de tromboembolismo pulmonar durante a infecção por COVID-19, que interrompe a passagem de sangue em parte dos pulmões;⠀???? Como dissemos no início, obesos costumam apresentar também hipertensão arterial e diabetes, que são doenças já reconhecidas pelo maior risco de piora da infecção;⠀???? As células adiposas produzem substâncias inflamatórias semelhantes as células do sistema imunológico, provocando uma reação exagerada do organismo contra a infecção pelo COVID- 19. Essa verdadeira “tempestade inflamatória” acaba por agredir violentamente o próprio corpo, resultando em danos gravíssimos aos pulmões e provavelmente também ao sistema nervoso, digestivo e cardiovascular.⠀Portanto, eu insisto a todos que necessitam perder peso: não percam o foco e a motivação na quarentena! Busquem ajuda, não desistam, pois isso pode fazer toda a diferença em sua vida!