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Dieta “low-carb” : uma visão geral

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Dietas “low-carb” ou de restrição de carboidratos (açúcares) são dietas que preconizam redução significativa na proporção de carboidratos na dieta com manutenção ou aumento na quantidade de proteínas ofertadas, com o intuito de promover principalmente perda de peso além de outros benefícios como melhora no controle glicêmico em pacientes diabéticos, por exemplo. Alimentos como massas, pães, biscoitos, frutas, doces, tubérculos, bebidas açucaradas, etc, são substituídos parcialmente ou integralmente por carnes, ovos, laticínios e verduras.

Em um plano alimentar convencional, de 40% a 60% das calorias provém de carboidratos e o restante de proteínas e gorduras. Em um exemplo, para um dado indivíduo que deve consumir cerca de 1500 kcal ao dia, aproximadamente de 600 a 900 kcal deverão ser fornecidas pelos carboidratos ou de 150g a 225g ao dia. Não existe um consenso a partir de qual quantidade uma dieta pode se considerada “low-carb”, porém estudos recentes indicam consumo máximo de 40g a 60g de carboidratos ao dia ou de 160 kcal a 240 kcal para que uma dieta seja classificada dessa maneira.

Como ocorre a perda de peso nas dietas “low-carb”?

Ao se reduzir drasticamente o consumo de carboidratos ocorre uma mudança hormonal e metabólica em que a falta desses açúcares induz o pâncreas a produzir menos insulina (hormônio responsável por permitir a entrada de açúcar em diversas células do organismo) e a aumentar a produção de outro hormônio chamado glucagon. Essa alteração é a que permite o organismo liberar as reservas de gordura estocadas e convertê-las em outras fontes de energia utilizáveis pelo corpo chamadas cetonas e o nome do processo que resulta nessa quebra de lipídios acumulados e perda de peso de cetose.

Quais os métodos de dieta “low-carb” mais conhecidos?

Existem vários modelos populares dessa dieta como Atkins, Dukan, Living Low-Carb, etc, que preconizam desde uma redução significativa até interrupção absoluta e temporária no consumo de carboidrato por períodos variáveis na chamada fase de indução rápida de perda de peso, ou seja, nenhum consumo de alimentos como massas, doces, pães, biscoitos, frutas, entre outros, o que as tornam dietas bastante restritivas, de difícil execução, muitas vezes monótonas e até mesmo com potencial risco à saúde, caso sejam feitas sem supervisão profissional e as demandas de determinadas vitaminas e minerais mais encontradas juntos a certos carboidratos não seja suprida, afinal de contas muitos deles não se resumem a tão somente simples massas de açúcares, como é o caso das frutas, por exemplo, ricas em fibras e vitaminas.

Essas dietas também se diferem em outros pontos como maior ou menor liberação no consumo de gorduras saturadas, uso de alimentos somente “in natura” ou processados, entre outros. Importante frisar que não há estudos comparativos entre essas dietas populares que possam determinar qual delas seria a mais adequada e é praticamente desconhecido quais os riscos que essas dietas podem trazer ao organismo.

Ainda há outros métodos de dieta, como Pronokal ®, que utilizam substitutos alimentares pré-prontos e elaborados a base de proteínas cujo aspecto e sabor se aproximam bastante de muitos carboidratos, como pães, cookies, sucos, mousses, etc. Nessa técnica há a vantagem de haver uma maior variedade de cardápio (e portanto mais fácil de aderir) e maior base de estudo demonstrando perda de peso consistente e segura, entretanto é necessário pacientes com bom nível de engajamento e entendimento do método pois há a necessidade de seguir um rigoroso protocolo de reposição de vitaminas e minerais, cumprimento metódico de etapas da dieta, desde o início em que somente é liberado os substitutos alimentares a base de proteína e algumas verduras até a gradual reintrodução de outros alimentos conforme o programa, além de obviamente não dispensar seguimento mandatório com médico e nutricionista especializado.

Dietas “low-carb” são vantajosas para perda de peso?

Embora não esteja claro se esse método de dieta é superior ou não a outros como as tradicionais dietas de baixa caloria equilibradas e as dietas “low-fat” ou de baixa gordura, com estudos mostrando resultados discordantes, para determinados grupos de pessoas as diferentes formas de dieta “low-carb” se mostraram bastante promissoras, com relatos de perda de peso de 20, 30kg ou até mais! Portanto, é inegável que para alguns indivíduos cortar carboidratos e aumentar o teor de proteínas pode ser vantajoso, além disso parece haver benefícios metabólicos adicionais como redução da resistência insulínica, de mediadores inflamatórios produzidos pelo tecido adiposo e, subsequente redução na progressão do diabetes e de suas complicações.

E quais os cuidados devemos ter com relação as dietas “low-carb”?

Como nem tudo é perfeito, além do já citado risco de carências nutricionais associados a suspensão de certos nutrientes mais encontrados juntos a determinados carboidratos, outros problemas podem advir de uma dieta mais rica em proteínas e gorduras como aumento nas taxas de colesterol ruim e triglicérides (principalmente naqueles métodos que não fazem distinção no consumo de gorduras “boas” – mono e poliinsaturadas – das de gorduras “ruins” – trans e saturadas), aumento nos níveis de ácido úrico e fósforo que podem acarretar formação de cálculos renais e até mesmo insuficiência renal, além de aumento na excreção renal de cálcio que pode resultar em perda de massa óssea e osteoporose, fora sintomas desagradáveis do processo de cetose como dores de cabeça, mau-hálito, alterações de humor, fadiga, entre outros.

Em resumo, adotar uma dieta “low-carb” pode ser uma ferramenta bastante útil e eficaz para perda de peso, mas não é isenta de riscos e deve ser feita somente sob acompanhamento médico e nutricional e não é certeza que será infalível para todos os casos, valendo a máxima adotada em diversos programas de reeducação alimentar de que uma roupa não veste igual para todas as pessoas, ou seja, é necessário sempre individualizar o tratamento.

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